quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Aprendamos mais uma vez

E naquele dia tocou uma música que ela ouvia muito quando estava apaixonada. Deu saudades de estar apaixonada. Saudades de andar de mãos dadas na praça, de fechar os olhos e sentir as mãos dele contornando sua cintura fina. De brigar e tomar sorvete para beijar lábios geladinhos. E que besteira. Que bobeira romântica e necessária, fugaz, sutil se faz o arrepio. Vazio imenso que veio de leve trazendo aos poucos, o frio. Perdeu o sono. Não se pode mais sonhar. Deve-se ter pés no chão, corpo na cama e amor na superfície. Mesmo assim queria uma chance, porque a vida é sincera demais. É real demais. É de sede. Paixão é prazer, transtorno e problema. A razão vingou como cocaína, que tira a fome, o sono e a sina. Sangrou. Não queria mais. E mais uma vez a saudades foi funda e lógica, com tristeza, cedeu ao abandono e a música acabou.

Um comentário: