terça-feira, 22 de abril de 2008

Solidão, o mau do século

Fragmentos dos escritos de Arnaldo Jabor que se inspirou em Renato Russo, que deve ter se inspirado em alguém e por ai vai. Assim acrescentei algumas outras coisas inspiradas em todas essas inspirações, que poderá talvez te inspirar. Mas chega então de tanta inspiração e vamos lá. Isso é claro se quiser me acompanhar.

Recebi um email hoje pela manhã. Resolvi diagnosticar, já que me acrescentou mais algumas doses de reflexão.

(...) Baladas recheadas de garotas lindas (eu acrescentaria garotos lindos. Rs.), (...) chegam sozinhas(os) e saem sozinhas(os). Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos. (..)

(...) Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão 'apenas' dormirem abraçados, sabe essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega.

Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção.

Tornamos-nos máquinas (Atenção ao consumo de pessoas. Consumo que de tão exagerado nos faz conhecer as pessoas apenas superficialmente. Um mal porque todo ser humano quer ser entendido. ) e agora estamos desesperados por não saber como voltar a 'sentir', só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós.
Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos ORKUT, o número que comunidades como:

'Quero um amor pra vida toda!'(eu estou nessa), 'Eu sou pra casar!' até a desesperançada 'Nasci pra ser sozinho!' Unindo milhares ou melhor milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.

Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. (...) Os bens de consumo estão cada vez mais acessíveis e os seres humanos em sua essência cada vez mais distantes.

(...)Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? (...). Isso desde muito antes de "todas as cartas de amor são ridículas" de Fernando Pessoa.

Não concluo esse texto. Uma vez que a conclusão é a morte, certeza e esgotamento. E finalmente, a conclusão não traz inspiração.

Postado por: uma pessoa muito ridícula. :)

2 comentários:

  1. rê, procure o livro "o declínio do homem público", do Sennet.

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  2. Que bom descobrir que não sou a única ridícula neste mundo...
    Penso que, a conclusão deste texto cabe aos não ridículos... se um dia descobrirem o que é viver e não simplesmente existir!

    Cecília Peniche ( uma pessoa extremamente ridícula)

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