terça-feira, 21 de setembro de 2010

À cores



Um dia um amigo me disse que as noites de Tóquio são coloridas para evitar a dor e o suicídio. Também que as casas européias eram coloridas porque com o frio constante, o mundo tornava-se apagado e a vida triste. Acho que agora posso entender porque as ruas estão escurecendo. Paredes brancas querem ser pintadas e são pichadas, carros se desesperam ao sinal vermelho, pois o vermelho da luz é a mistura de duas cores e eles no entanto, só andam em escala de cinzas, e não param. As casas de condomínios estão fechadas e mostram sua pele em cor desbotada. O sol tenta brilhar por trás da poeira que beira o céu, poeira que as cores não varrem, as dissipa nas linhas horizontais. Meu blog é escuro escrito com fontes alaranjadas. O preto é básico, o cinza é concreto, a luz foi refratada e a água a absorveu, dissolveu nos seus átrios, correu às valas e a física ainda diz que não morreu. O que eu digo? As cores ainda te tem. Quebra tua caneta ao meio, respira o porcento de vento, sinta o verde, pinta teus lábios, prova um gole de tinta, estampa sua praia, conforta suas roupas e fala para o paulistano "Baiano, quero ser eu!"

3 comentários:

  1. Isso me lembrou que nos últimos dias aprendi duas novas cores, ginger e moka.

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  2. eu vejo cores que só o Albert Hoffman me ensinou a ver e as cores só tem 3 letra ..

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